[Anderson Giovanni]
Caro leitores, depois de algum tempo sem postar, estamos voltando com os bons posts, esse post é bastante grande e explica bem detalhadamente tudo sobre a nova era, espero que entendam, então vamos lá …
Pesquisar a respeito do movimento Nova Era ( New Age) tem sido um dos objetivos particulares do autor nestes últimos tempos. Por ser um movimento – cultural sem uma solidificação, sem uma sistematização de pensamento, a tarefa é empolgante e difícil, ainda que a produção literária tem abundante. O próprio movimento reconhece a existência de elementos que desvirtuam a "mensagem newageriana", desta forma a tarefa torna-se mais interessante e leva a usar um certo "criticismo" para descobrir a essência da mensagem do movimento New Age e assim afirmar o que o movimento proclama e não aquilo que "acha-se" que o movimento anuncia.
Basicamente a pesquisa agora apresentada, baseia-se nos livros, palestras, revistas, jornais, entrevistas, artigos, etc., que demonstrem uma certa seriedade como o próprio movimento. Procuramos descobrir em todos os aspectos nas fontes primárias ou "oficiais" (observem-se as aspas) do movimento.
O autor, como cristão – evangélico sempre se caracterizou por uma "retirada das controvérsias" com os movimentos heréticos quer odeiam a Igreja de Cristo, mas com o movimento Nova Era não aconteceu esta "fuga", por quê? A resposta é simples: O movimento Nova Era (New Age) é um movimento – cultural e não exclusivamente religioso. O movimento se desenvolve em todas as disciplinas do saber o que o constitui num movimento desafiador para a Igreja de Cristo e especialmente para o autor.
Desde a sua conversão, faz 17 anos, o autor se interessou pela pesquisa bíblica como das ciências humanas. Em 1981 foi ordenado ao ministério pastoral e do mesmo ano leciona em Seminários e Faculdades Teológicas. Foi professor na Escola Superior de Teologia Evangélica (ESTE), Missão Antioquia (Vale da Benção) e atualmente é professor da Faculdade Teológica Batista de São Paulo e Faculdade Teológica Batista Grande ABC, onde leciona as disciplinas: História da filosofia, Introdução à Filosofia, Teologia Sistemática da Filosofia, introdução à Filosofia, Teologia Sistemática, Metodologia da Pesquisa. Teologia Contemporânea e Introdução ao Novo Testamento. Encontra-se em fase de preparação o para iniciar o seu Doutorado.
O autor obteve o grau de Bacharel em Teologia pela Faculdade Teológica Batista de São Paulo em 1981 e o grau Mestre em Ciências da Religião (Área: Teologia e História) pelo instituto Metodista de Ensino Superior em 1988. Na Universidade Mackenzie especializou-se na área de Estudos Brasileiros.
O objetivo desta apostila é despertar os cristãos – evangélicos a um maior interesse na "pesquisa e estudos" da Palavra de Deus, pois é desta maneira que o cristão terá um "senso crítico" diante deste movimento. Ao mesmo tempo despertar as igrejas do comodismo em que estas se encontram, pois o leitor atento deste trabalho terá condições de aval de que é devido a esta acomodação das igrejas, este movimento avança com maior intensidade.
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Continuação:
Enfrentando A Nova Era
No fim do segundo milênio do cristianismo fala-se muito sobre a Nova Era. Fica claro que este movimento é uma realidade, pois, ao abrir as páginas dos jornais e revistas semanais, nos deparamos com temas, reportagens, anúncios de cursos ou palestras sobre os assuntos que são comuns a este movimento. As igrejas não ficaram imune diante do Avanço deste movimento. Acontecem eventos, encontros, palestras, etc., relacionados com assunto na tentativa de descobrir um posicionamento diante da situação "newageriana". Sem dúvidas que a intenção tem sido das melhores, a questão que se levanta é: o enfoque dado ao assunto foi dos melhores? O principal cuidado é não permitir uma psicose ou paranóia coletiva.
O movimento da Nova Era não é uma religião, seita, ou grupo religioso. A New Age é uma cultura, ou uma contra – cultura, ou no mínimo uma filosofia de vida, que tem a intenção de ficar e não ser um simples modismo que vem e passa. Podemos comparar este movimento como um grande guarda-chuva onde são acolhidos uma variedade gama de pensamentos, valores, hábitos, idéias, fé, costumes, organização social, invenções, processos tecnológicos, ciências do saber, etc. Em fim, tudo aquilo que caracteriza uma cultura.
O próprio movimento nos seus livros, publicações, palestras, reconhece que no seu interior há determinados grupos que encaram de modos diferente o movimento. Eles apontam àquelas que, possuidores de bom poder aquisitivo, estão atentos apenas à relação retorno sobre um investimento. São aqueles que observam um "filão" de mercado. Outro grupo, segundo a New Age, são os "modistas" curiosos que pelos seus ímpetos consumistas são despertados pela mensagem "newageriana". Um terceiro grupo, seria dos "malandros" que aproveitando–se da "explosão" do movimento e desejando alcançar sucesso promovem as suas receitas miraculosas. Uma Quarta categoria seria daqueles que procuram conhecer o movimento com o objetivo de uma auto–ajuda. E por último são colocados aqueles que já estão envolvidos conscientemente e estimulam o crescimento do movimento.
Independente desta classificação, é um fato que o movimento cresce duma forma rápida. Independente do grupo em que o indivíduo se localize está promovendo o avanço da Nova Era.
Mas, como cristãos o que devemos ou não devemos fazer? Alguns autores cristãos têm apresentado algumas orientações a respeito, é o caso de Douglas Groothuis, que no seu livro "Confronting the New Age" discute esta problemática do cristão diante da Nova era. Segundo o autor, a chave da questão é distinguir as três diferentes atitudes bíblicas para interagirmos com a cultura a cultura:separar, devemos saber quando uma prática é antibíblica; transformar, isto é, modificar uma cultura para torna–lá aceitável ao Senhor, por exemplo, por exemplo contra–atacar o desejo da New Age de instaurar uma Nova Ordem Mundial com a pregação da paz e justiça que vem com o senhorio de Cristo sobre cada indivíduo e sobre as estruturas de nossa sociedade e, por último precisamos saber quando conservar ou usar práticas e conhecimentos seculares para o bem do evangelho uma vez que tais elementos em si são neutros. Desta forma, quando estas três atitudes em equilíbrio podemos inteligentemente enfrentar a Nova Era.
O autor citado indica seis armadilhas em que podemos cair senão existir este equilíbrio e nós agregamos mais uma, a sétima
Primeiro, a " mentalidade quarentena" que vê tudo aquilo usado pela New Age como intrinsecamente mau e daí os cristãos não devem participar.
Segundo, "mentalidade tabu" são aqueles que fazem listas de coisas, pessoas, práticas, etc., que devem ser rejeitadas por "cheirar" a Nova Era.
Terceiro, "mentalidade paranóica", existe uma rápida condenação sem avaliação. A Nova Era usa idéias cristãs, por isso deve haver uma avaliação criteriosa.
Quarto, "mentalidade de pobres indefesos", são aqueles que se desgastam calculando o seu relacionamento com o assunto escatológico da sua preferência.
Quinto, ‘mentalidade avestruz", acham que a Nova Era é uma invenção, um modismo, ou que "nunca chegará até nós", que "Cristo cuida da sua Igreja", mas tardiamente deparam que em sua família e / ou Igreja alguém está envolvido com o movimento.
Sexto, "mentalidade camaleão", ignora que o cristão às vezes precisa realmente se separar de algumas inovações que dão a impressão de serem cristãs ou espirituais. Absorvem práticas do movimento e dão roupagem cristã: Zen–cristão, Yoga cristã. Agregamos a esta lista.
Sétimo, "fofoqueiro intelectual", é aquela mentalidade, que sai aos quatro cantos com um espírito de apologista, na tentativa de "salvar a fé cristã" sem nunca Ter lido, pesquisado, investigado o assunto nas fontes originais, isto é, informações do próprio movimento através das suas publicações, palestras, cursos, etc.
Levando em consideração as atitudes bíblicas anteriormente assinaladas, o cristão deve dedicar–se à pesquisa deste movimento discutindo as bases filosóficas, políticas, científicas. Descobrir os seus pressupostos, sua origem cientificamente comprovada, as suas doutrinas apresentadas em seus livros, periódicos, revistas, etc. Deve ser feita uma separação clara e racional dos "modismos" e do movimento em si. Indicando isto, queremos estimular a uma real pesquisa e não um mero apanhado de informações não comprovadas. O resultado que será alcançado ajudará não somente a confrontar a Nova Era, mas evangelizar os seus adeptos ou àqueles que de uma forma ou outra estão envolvidos.
Da Nova Era
A história positivista sempre almejou apresentar os fatos duma forma cronológica. Geralmente os apologistas imbuídos deste "sentimento" procuram uma marca "cronológica" para desenvolver a apresentação histórica. Pensando assim, data-se o nascimento da Nova Era na fundação da Sociedade Teosófica em Nova Yorque, USA, pela russa Helena Petrovena Blavatsky. Concordamos e discordamos. Concordamos, porque ali encontra-se o arcabouço Teosófico deste movimento. A teosofia (Théos=Deus e Sohia=ciência) designa um sistema de pensamento sincrético que reuna. Com base no hinduismo e budismo, todas as religiões, a filosofia e as ciências. Pode ser definida como a reunião de verdades que formam a base de todas as religiões.
Apresenta-se, assim, como uma ciência, um estudo comparativo das crenças religiosas. Encontra-se mais do que um sincretismo, percebemos uma síntese de crenças religiosas, onde se encontram fundidos o entusiasmo e a observação da natureza, a tradição, e a razão, a alquimia e a Teologia, a metafísica, e a medicina, ao lado do espiritismo, da doutrina da reencarnação e de todas as chamadas ciências ocultas, a sabedoria oriental.
O fim último da especulação Teosófica, nessa perspectiva, é a substituição de todas as religiões pela abertura de horizontes místicos ainda não explorados pelo pensamento humano, oferecendo novas regras de conduta para o homem.
Discordamos, porque o que nós temos hoje conhecido como New Age é o despertar de diferentes linhas de pensamentos que surgem nas últimas décadas, como também alguns movimentos que desembocam naquilo que se conhece como um Movimento da Nova Era. Há um despertar, novas descobertas, nova mundos, etc., e acrescenta-se o fato de nos encontrarmos na última década do século XX, no limiar do 3º milênio o que traz consigo o despertar do espírito apocalíptico a níveis mundiais. Assim não devemos colocar uma data específica ou determinado evento histórico, mas devemos rastear na própria história o "desejo do ser humano por uma Nova Era". É assim que se vê os próprios "conspiradores" (Fergunson) ou os "mutante" (Weil): "pessoas que atravessaram a história da humanidade.
A idéia central sempre foi a mesma: Somente através de uma nova mentalidade poderá a humanidade remodelar a si mesma, e o potencial para essa nova mentalidade é natural". (Fergunson, M. p. 43)
Se procurássemos uma aproximação cronológica nas indicações bibliográficas em termos de época mais próxima de nós, segundo Marilyn Fergunson, nos aproximaríamos do século XV com a invenção da imprensa, pois à partir dali tornou-se conhecida as "doutrinas secretas" transmitidas até esse instante "via" tradição. Estes ensinos eram transmitidos pelos alquimistas, agnósticos, cabalistas e heréticos. Após a invenção da imprensa surgem vozes isoladas tais como: Meister Eckhartm, religioso e místico alemão, do século XIV; Giovanni Pico dela Miranda, no século XV; Jacob Behme, um alemão nos séculos XVI e XVII, Emanuel Swedenborge, nos séculos XVII e XVIII. Fergunson, M. p. 45-61).
Em 1836, foi criado o núcleo conhecido como "Transcendentalismo Americano,
Faltava algo – uma invisível dimensão da realidade, que eles, por vezes, denominavam de Superespírito. Os transcendentalistas buscavam a compreensão em muitas fontes: experiência, intuição, o conceito quacre de uma Luz Interior, O Bhagavad-Gita, os filósofos alemães do Romantismo, o historiador Thomas Carlyle, o poeta Samuel Coleridge, Swedenborg, os escritores metafísicos ingleses do séculos XVII. (Fergunson, M. p. 45-61)
A Nova Era, coloca na sua história uma série de nomes de personagens que marcaram o desenvolvimento e história da idéia e experiências. Nomes como Willian James, Carl Jung, Alfred North Whitehead, Pierre Teilhard de Chardin, Martin Buber, Aldou Huxley, C.S. Lewis (!?), Carl Rogers, Erich From. Segundo a New Age o que une estes homens "É um tipo de premissa transcendental" que dominará a cultura, " o resultado será um fenômeno social e histórico tão grande e penetrante como a Reforma Protestante" (Fergunson, M.p.58).
Mas o que aconteceu nos últimos tempos para que este movimento tomasse i impulso em que se encontra hoje? Quais são as raízes que fincaram-se nestas "pré - origens"?. Para isto devemos observar o que aconteceu nas últimas décadas próximas a nós.
- A influência da Religiosidade Oriental: A existência de um "vazio espiritual" tem feito crescer as religiões orientais nas últimas décadas. A Europa, e U.S.A têm recebido uma grande influência deste modo religioso. O ocidentes ficado fascinado por estas idéias, principalmente, "com o desfalecido cristianismo neste século XX, o ponto de vista da religiosidade oriental tem sido mais aceitável. O grande interesse em idéias como reencarnação ilustra este ponto. Logicamente, que o grande número de imigrantes do Oriente tem ajudado este processo". (Cole, M.p.16) Esta influência começou a se tornar marcante com a popularização do Hinduismo através dos Beatles e o seu encontro com o Maharishi Mahesh Yogi iniciado por George Harrison em Fevereiro de 1967 no seu primeiro contato com este "guru", este evento veio a culminar a descoberta que o ex-beatle fez do misticismo oriental em 1966.
- A Preocupação Pela Paz e Harmonia do Mundo: A experiência deste século com duas guerras mundiais, seguido pelas décadas da guerra nuclear, "guerras nas estrelas," a guerra fria, etc., tem impulsionado estes movimentos pela paz. Glasnot, perestroika e o fim da cortina de ferro, Muro de Berlim, têm feito da guerra nuclear uma ameaça remota. Isto tem sido um incentivo para uma cooperação "inter-confessional" ou "intra-confessional", grupos de oração pela paz, Conferências Mundiais pela Paz, etc.
- A Preocupação pela conservação: É suficiente afirmar que ultimamente tem havido uma explosão pelo "verde", isto tem ajudado o pensamento da New Age. Existe uma idéia um tanto estanha que até aqui tem dominado a tradição religiosa judaico-cristã no ocidente, que é o de explorar a natureza. Nós somos informados que é necessário um respeito pela natureza que é mostrado no hinduismo. Não podemos ao mesmo de que há uma linha muito fina entre preocupação pela ecologia e pela terra, e o misticismo baseado nos conceitos religiosos orientais (panteismo).
- A Nova Física e a Biologia: A Nova Era descreve nos seus livros o mundo misterioso que os físicos estão descobrindo: o mundo subatômico é muito diferente do mundo que nós experimentamos e as suas leis consequentemente são também diferentes. Para a Nova Era o método Newton-cartesiano está ultrapassado e agora é a vez do "novo paradigma". Os expositores do movimento argumentam que o mundo misterioso, o mundo subatômico, descoberto pelos físicos é o mesmo mundo que os místicos (os "New Agers) têm tido experiências através da meditação ou estados místicos. Os "news-agers" lançam mãos deste" cientificismo" como prova da validade das suas experiências.
- Insatisfação com a Medicina Ortodoxa: Nos últimos anos têm havido uma verdadeira revolução no Ocidente em relação aos métodos de terapia, é a "medicina alternativa". É uma reação contra a impessoal e compartimentalizada medicina atual / profissional. A medicina holística está crescendo em popularidade porque ela trata a "pessoa inteira", fisicamente e psicologicamente, não há doença em separado. Isto tem aberto as portas para novas técnicas medicinais que estão ligadas por longos tempos na tradicional religião oriental. É um fato; muitas destas terapias alternativas estão baseadas na religião oriental e técnicas místicas.
- A Influência da contracultura e a "cultura da droga" dos anos Sessenta: O movimento da Nova Era encoraja a transformação da humanidade através dum despertar da "consciência" na descoberta de um "mundo real" e para esta mudança interior é possível a ingestão de psicodélicos", pois "qualquer coisa que nos conduza a um estado consciente e vigilante tem o poder de transformar: e qualquer pessoa de inteligência normal pode efetuar esse processo (...). Essa consciência, esse nível de testemunho, é muitas vezes citada como uma ‘dimensão mais elevada’. (Fegurson, M. p. 31 e 66).
- O Fascínio com o Paranormal: U grande crescimento se deu nos últimos tempos em relação ao mundo supra – senhorial, ocultismo, etc. Isto popularizou-se no meio de todas as classes sociais. A necessidade e insatisfação do ser humano; um determinado "materialismo" tem ajudado neste fascínio.
- O desejo de Comunidade: Vivemos numa sociedade em constante mobilização, onde existe um pequeno senso de comunidade. O sentimento comunitário de "família" que estendeu-se por longos tempos foi quebrado. A família foi definida com um grupo de indivíduos que se ajuntam frente a um aparelho TV. Isto tem provocado um "individualismo isolado". A sociedade ocidental tem caracterizado o seu desenvolvimento por uma "tecnologia de alta sofisticação" tornando o indivíduo um simples número de computador.
- A Influência da Filosofia da Evolução: A teoria da evolução tem encorajado o otimismo em relação ao desenvolvimento humano. Em termos simples, a humanidade afirma existir um progresso na "escala evolucionária". A idéia da Nova Era é que na evolução das consciência é um passo significativo na longa corrente da evolução biológica. (vide, ponto)
Assim como não é fácil identificar uma origem ou as raízes da New Age, também é uma tarefa dificílima apresentarmos os pressupostos deste movimento que invadiu o mundo ocidental e preocupa a Igreja de Cristo, pois esta começa a sentir a sua infiltração. A complexidade de ensinos, doutrinas, práticas da Nova Era têm confundido a mente de alguns cristãos. O sincretismo apresentado: numerologia, budismo, hinduismo, búzios, taro, espiritismo Kardecista, metempsicose, invocação dos mortos, ocultismo, cientologia, gnose moderna, Tc..., deve estar alinhavado por pontos comuns; qual será o ponto de fusão entre esta realidades tão heterogêneas? É o próprio movimento New Age, que como um guarda-chuva consegue arrebanhar esta verdadeira colcha de retalhos alinhavadas por quadro colunas-linhas principais as quais já foram brevemente expostos anteriormente, mas que ainda precisam serem expostas.
- Uma sub-estrutura científica: há um interesse particular na física, apresentando uma nova física post - newtoniana: nesta, o mundo aparece não como uma máquina gigantesca e desalmada, mas como um grande organismo vivo e palpitante. A pergunta que se levantar é qual a influência das diferentes variáveis cósmicas sobre os estados de paz individual e coletivo? Haverão influências cósmicas sobre o desenvolvimento da paz e o desenvolvimento e a aparição de conflitos e guerras? Em caso positivo, será possível controlá-las? Como? Para a Nova Era o paradigma new - cartesiano levou o mundo à crise em que se encontra, mas "esta crise culminou em 1986, ano da Declaração de Veneza, quando sob o patrocínio da UNESCO, cientistas, filósofos e literatos, entre os quais vários prêmios Nobel, apontam as causas essenciais desses males, reconhecendo que a ciência chegou aos confins em que se revela necessário o encontro com as grande tradições sapientais da humanidade, o que em si já constitui um encontro holístico. "(Brandão, D. M. S. p. 16-17).
- As Religiões Orientais: destas religiões a New Age absorve elementos essenciais, como a unidade e a fusão contra qualquer divisão ou ruptura na natureza, a predominância da experiência sobre a razão e a autoridade, a exigência de equilíbrio entre ação e contemplação, a busca da paz interior.
- A Nova Psicologia: Sobretudo a de Carl Gustav Jung (1875-1961), médico, psiquiatra, psicoterapeuta, foi discípulo e colaborador de Freud à partir de 1907 e com ele se correspondeu até 1913. "Ele entende que as coisas enfrentam o homem e dele aguardam a atividade transformadora. O ego e o mundo são como os pilares que lançam fundos alicerces em nossa consciência, qual tensão e polaridade geradores de vida (...) O homem como ser coletivo descobriu técnicas e transmitiu sua experiência de geração a geração. As religiões são, portanto, expressão da experiência coletiva da humanidade, dos diferentes povos e raças. A linguagem – o símbolo – une os dois aspectos da alma, o inconsciente ao consciente". (Cordeiro, L. Folha de São Paulo, p. 6B Cad. 1/6, 22/08/87). Jung deu uma amplitude a psicologia, incluindo a religiosidade que tinha sido abolida pela ciência, ele "ia desde a psiquiatria até as culturas orientais" (CF. Alves, Vânia. Diário do Grande ABC, 27/05/91 Cad. 1/6)
- O Esoterismo: "Busca do arcano, isto é, de conhecimentos secretos e caminhos misteriosos para a felicidade, caminhos e conhecimentos escondidos pelos deuses ao comum dos mortais, mas revelados a alguns iniciados; um dos meios de dominar esses conhecimentos é a astrologia ou leitura do destino da humanidade escrito nos astros e decifráveis por meio dos horóscopos. Ora no plano da astrologia, os "newagers" tem a convicção de que está eminente uma nova era ,arcada por Aquariuns; é neste ponto que a New Age se entrelaça com a Era de Aquarius" (Neves, Dom Lucas M. Jornal do Brasil, 12/6/91 p. 11).
Antes de concluirmos estes ponto vamos apresentar alguns pontos em relação a Era de Aquarius apresentados pela Nova Era. " O início da era de Aquário aconteceu quando nosso sistema solar entrou no ponto de equinócio na constelação de Aquário, portanto estamos numa Nova Era. Na época em que Jesus nasceu o Sol acabara de entrar na constelação de Peixes e todos sabemos o que aconteceu durante esses períodos. (...) Aquário é simbolizado pela imagem de um homem idoso, de fisionomia serena e compreensiva, com cabelos embranquecidos pelos tempos já vividos, aparentando maturidade, tolerância e compreensão. Ele sustêm em suas mãos um jarro, cujo conteúdo divide com a humanidade. Este é o único dos signos do Zodíaco representado por um homem perfeito, os outros são imagens de animais ou homens ainda animalizados. Esse simbolismo expressa um elevado grau de espiritualidade e que deverá ser alcançado pela humanidade nesta Nova Era. (...) Na Nova Era ninguém vai passar pela vida inutilmente. Aquário não aceita isso. Pode esperar: vem aí uma grande mudança! Ou você desperta ou está perdido. (...) Acredita-se que o início da Era de Aquário deu-se quando o homem pisou na Lua, isto é, quando o homem saiu da Terra, porque Urano está ligado a tecnologia. Outros acham que deu-se em 1º de maio de 1954 com a entrada do Sistema Solar no signo de Aquário. Nessa mesma data comemora-se ascensão do Mestre Saint Germain – responsável pela Era da Liberdade (ou Aquário). É um período no qual o homem estará aprendendo a utilizar a Chama Violeta para se libertar dos grilhões terrenos, acelerar seu processo de evolução e purificar o planeta" (Jornal Luz da Nova Era, ano I n.º 1 p. 02).
Esta era de Aquarius é conhecida também como a fase da maturidade da humanidade, aqui "fundir-se-á que deseja ser com o homem que é. A distância será levada a zero, pela descoberta da existência de um Poder Infinito e de uma Sabedoria Infinita, no âmago da criatura humana, que realizam todas as criações da mente". Assim, "o homem de Aquarius, na plenitude da sua maturidade, descobriu que tudo o que pode imaginar e desejar pode realizar". (Trevisan, L. p. 16-18.)
Alguns autores da Nova Era consideram ponto-chave corrente de idéias a consciência e seu desenvolvimento como chave de caminhada para a Idade Nova. Apresentam considerações sobre a "espiritualidade global" baseada na concepção de um universo absolutamente uno no qual não se distinguem sujeito e objeto, Criador e criaturas. Deus e homem. Para os autores mais autores mais autorizados da New Age a humanidade é uma coisa só no seu interior; Humanidade e natureza, uma coisa só; o Universo e Deus uma coisa só, o que resulta em panteismo ou mais exatamente, em um pan-en-teis-mo.
Observa-se que com estes pressupostos a nova era consegue abrir uma grande guarda – chave e ajuntar uma ampla gama de doutrinas e um vasto mundo das disciplinas da ciência.
A tentativa de uma definição do movimento NEW AGE é difícil, visto que definir é delimitar e a New Age não é um movimento tão simples para colocar algumas delimitações numa definição. Para que a possibilidade de errar menos e ainda não criarmos uma definição influenciada com nossos pressupostos religiosos – ideológicos – filosóficos, apresentaremos as apresentações que o movimento faz de si mesmo, e assim, quem o de seja, poderá "julgar" o movimento à luz das definições, ou, se houver condições, o inverso também é possível:
Possivelmente uma das mais completas apresentações da Nova Era, é feita por Marilyn Fergunson, autora do livro " A Conspiração Aquariana", ela escreve,
A natureza não é boa nem má, mas aberta a uma transformação e transcendência contínua. Só precisa descobrir a si mesma. A nova perspectiva respeita a ecologia de todas as coisas: nascimento, morte, aprendizado, saúde, família, trabalho, ciência, espiritualidade, as artes, a comunidade, relacionamentos, política." (Fergunson, M. p.29)
Cada afirmação de Fergunson poderia ser avaliada nesta apresentação / definição da New Age. Uma linha ajunta: o panteísmo, o antinomianismo, a soberba do eu (egocentrismo), o evolucionismo, etc.
Resta-nos ver alguns dos objetivos que são descobertos na literatura da Nova Era. Conforme a Nova Era, haverá um derramar de um novo espírito. Este espírito conduzirá os homens da Nova Era a uma expansão da consciência, com ajuda de diferentes técnicas, assim haverá condições de viver uma vida sem dificuldades e problemas. O objetivo da Nova Era é levar "a consumação do Plano para a raça", o desejo é "que o Plano possa ser corretamente materializado, e o final deste século e o princípio do próximo vejam os propósitos de Deus para que o planeta e a humanidade assumam a direção e a proporção corretas. Desta maneira, a nova cultura para os relativamente poucos e a nova civilização, para os muitos durante a era vindoura, começarão de tal maneira que os povos da terra poderão entrar numa de paz e verdadeiro desenvolvimento – espiritual e material" (Bailey Destino das Nações, p. 17).
A idéia é estabelecer uma nova religião mundial e uma nova ordem política e social,
Na atualidade, o conceito de uma religião mundial e a necessidade de sua aparição são amplamente desejados e se trabalha lentamente para isso.
1. Esta nova religião mundial poderá Ter uma "nova oração" ou uma "nova invocação" à semelhança na importância do Pai nosso para a Cristandade ou o Salmos 23 para o judeu. O uso desta invocação "apressa" o cumprimento do plano.
2. A nova religião mundial será o renascimento da religião de mistério da Babilônia.
3. O Plano alcançará o seu clímax quando o "messias" da Nova Era assumir o controle.
Talvez professe a fé cristã, hindu ou budista, ou não pertence a nenhum credo: (...) Estarão à Sua disposição todos os sistemas mundiais de comunicação e relação, os quais contribuem para tornar mais excepcional Sua oportunidade e, para isto, também Ele deve preparar-se. (Bailey, A O Reaparecimento do Cristo, p. 18).
4. Espíritos cósmicos irão ajudar à Nova Era e a aclamar o homem -Deus da Nova Era como mestre do Mundo. Interessante será citar aqui uma reportagem da revista Veja de 4/05/1988, p. 140, que aborda uma reportagem de Shirley Maclaine, arauto da Nova Era.
5. Paz mundial e amor, união serão slogans da religião.
6. O ensino da nova era irá abranger o mundo toso.
7. Líderes da Nova Era irão demonstrar que Jesus não era o Cristo. Embora longa, mas vale a seguinte citação daquela considerada o "João Batista" da Nova Era,
8. Cristianismo e outras religiões serão integradas na religião na mundial.
9. Princípios cristãos serão desacreditados e eliminados.
10. Crianças serão seduzidas espiritualmente nas escolas para promover a Nova Era. Na cidade de Atibaia (SP) existe um acampamento chamado "Franciscano Mirim". Neste sítio as crianças são direcionadas nos ensinos esotéricos da Nova Era.
11. A humanidade será levada a crer que o homem é Deus.
12. A ciência e a religião serão unificadas.
13. Cristãos que resistirem ao Plano serão exterminados.
Até aqui é o que podemos observar nas nossas pesquisas em relação à proposta de Nova Era e o futuro da humanidade.
Marcas Religiosa - Teológicas Da Nova Era
Embora tenhamos afirmado que o movimento New Age não é uma seita, religião ou qualquer outra especulação religiosa, ele tem as suas marcas peculiares no aspecto religioso, isto é de fato, pois, toda cultura tem os seus valores doutrinários – religiosos. Sendo a meu ver New Age uma cultura, ela não poderia deixar esta área importante do ser humano: a procura do sagrado, um relacionamento com "Deus" com o sobrenatural. Lançamos mãos ao estudo do prof. Mário Doro o qual apresenta as teses do movimento "new ageriano" conforme apresentadas pelo Dr. Karl Heins Walper, ex-adepto do movimento:
- Tudo é bom inclusive o homem. A divindade vive em tudo, no cosmos, na terra, nas plantas, nos animais e nos homens. Tudo é uma coisa só, e, finalmente, divino e bom.
- O homem pode evoluir gradativamente na divindade. A alma imortal contém o bom, que deve ser reconhecido e concretizado. Isto acontece por etapas, na forma de novos nascimentos, que devem transformar a alma para o ser divino.
- A morte é boa. A morte do corpo é necessária para que a eterna alma vivente possa se reencarnar no seu caminho de purificação, até que se torne plenamente conscientes da sua divindade e possa se manifestar na sua consciência divina – cósmica.
- O amor é a aproximação do próximo conforme escolha pessoal. A alma se dirige para pessoas iluminadas. Ela age em busca de amor conforme escolha pessoal. Desta forma, a troca de parceiros (conjuges) é útil para transformação da alma para a divindade.
- Cada pessoa foi agradecida. O homem foi agraciado e traz em si o "ser divino", que precisa ser concretizado. A iluminação depende do grau já alcançado desta concretização e se constitui na medida para a plenitude da graça alcançada.
- Tudo é Deus. Como disse a defensora do movimento, "Shirley Maclaine" (...) cada pessoa é um universo; se você se conhece, você conhece tudo. Theodoro Roszak diz que nós temos que despertar o deus que dorme na raiz do nosso ser.
- Admite a reencarnação como processo de aperfeiçoamento do espírito para compreender sua divindade.
- Temos poderes sobrenaturais. Somos senhores do nosso próprio universo e do nosso destino.
- Os mestres da sabedoria, os espíritos dos antepassados e os espíritos da natureza fazem parte das fontes espirituais da religião da nova Era. Os homens não são simples homens mas deuses em potencial. O problema não é o pecado, mas a ignorância divindade dentro de si.
- A morte não deve preocupar, pois não há julgamento adiante, mas outras vidas.
- O que é claramente visto nas colocações acima, é que esta "exploração" religiosa é direcionadas por dois pontos básicos:
- panteísmo
- O homem tornando-se ou se descobrindo como "deus".
A ÉTICA DA NOVA ERA
Por ser um "grande guarda – chuva" onde uma série de idéias se encontram, não é tarefa fácil de sistematizar a ética deste movimento. Mas podemos perceber através das suas práticas, livros, diversas publicações e afirmações dos seus adeptos, alguns pontos éticos no seu sistema doutrinário.
- Hedonismo "ateu". A orientação dos "news agers" é que: "contentar-se com a escassez é o verdadeiro Pecado" (...) Portanto, acabe com a idéia de que existe uma vontade superior que abençoa a pobreza, a resignação e o sacrifício em Seu Nome e que somente dessa forma seus propósitos poderão ser servidos" (...) Desfrutar plenamente as funções da vida real significa poder comer, beber e divertir-se quando, onde e como quiser (...) "(New Age Informativo, Agosto 91 n.º 1, p. 20 e 25)
- Família: Pirre Weil, apresenta a família tradicional como pertencente à época da lagarta, isto é, a época que está desaparecendo. Na Nova Era não existe "o gênero de família nuclear sociocentrica que parece caracterizar a maioria das famílias atuais". A Nova Era conhecerá e já algumas comunidade da Nova Era conhecem, o casal transpessoal, pois na idéia tradicional, segundo os "news agers", "a relação de duas pessoas no núcleo familiar à luz da experiência coletiva (é) uma verdadeira doença, (...) a comunidade considera o núcleo familiar como oriundo de uma necessidade materialista de assegurar a posse de propriedade privada." (Weil, P.p. 140-141). A proposta da Nova Era é o "casamento aberto" que tem, segundo Weil, a filosofia de vida da eliminação total do núcleo familiar. Isto já é praticado nos movimentos comunitários "news agerianos".
- Ética Sexual: Muitos casais da Nova Era praticam o que foi chamado de "ioga do sexo", provido da tradição tântica do Oriente e também da alquimia. Este método, segundo a New Age, em praticado, permite elevar a energia níveis de beatitude e de êxtase a dois, durante a relação sexual. Essas práticas muito contribuem, segundo Weil, para evolução do casal. Nas comunidade "new agerianas" "existe uma liberdade total de relações amorosas entre os sexos".
- Planejamento Familiar : Pode-se observar o progresso dos ensinamentos da Nova Era através do planejamento sobre a família elaborado pela Ministra para a mocidade e família, H. lher, da União Federal Alemã. Segundo o relatório, o planejamento prevê:
- 4.1. A educação dos filhos é responsabilidade da sociedade;
- 4.2. Os pais já não serão responsáveis pela educação; 4.3. A família está favorecendo o individualismo e colocando em dúvidas outras instituições.
4.4. O amor maternal é prejudicial e leva os filhos ao isolamento. - 4.5. É necessário apressar a emancipação da mulher. É bom que haja uma troca de papéis entre homem e mulher;
- 4.6. Devem ser instituídas residenciais comunitárias. (Cf. Doro, M. Movimento Nova Era. Apostila, p. 05) Ainda a Nova Era afirma que a vivência em comunidade é mais salutar, pois uma criança pode Ter "vários modelo de adultos para se identificar e escolher o seu próprio comportamento, do que apenas dois. " (Weil, P. p. 141).
- Consagrar-se à investigação e desenvolvimento da vida interior e à descoberta do Ser ou Divindade;
- Cultivar os valores eternos de Verdade, Beleza, Amor, Justiça, Integridade, etc., especialmente através da emoção estética. (canto..).
- Conhecer-se a si mesmo, nos aspectos físicos, emocionais, mentais e espirituais, desenvolvendo a consciência e a vontade.
- Neste desenvolvimento procura-se minimizar os gastos energéticos relativos a segurança (agressão, luta), sexo (prazer sexual), poder considerado como posse (competição, vaidade, prestígio), em benefício dos centros mais elevados do Ser, tais como o amor-compaixão, a criatividade, o conhecimento;
- Entrar em sintonia com os outros homens, sejam membros da comunidade ou não, aliviando os seus sofrimentos ou oferecendo serviços econômicos.
- As informações que se colhem a respeito das "Comunidades da Nova Era" são mais amplas. É apresentado uma "nova maneira de viver e evoluir.
A Educação Segundo A Nova Era
Umas das marcas que a última década do século XX apresenta, é a explosão e divulgação do famigerado movimento da Nova Era (New Age). Este movimento tem ocupado um grande nos meios de comunicação. Ao mesmo tempo, muitos se têm envolvido com este movimento, duma forma direta ou indiretamente, consciente ou inconscientemente.
Sem dúvidas, que as reflexões – críticas feitas nos meios evangélicos são de vital importância, pois, tem havido uma abordagem exclusivamente religiosa e bíblica. Mas, cremos ser de vital importância, conhecermos e refletirmos noutras áreas, nas quais este movimento tem apresentado as suas idéias.
movimento da Nova Era não é uma seita, não é uma religião, um grupo político, etc., este movimento é uma cultura, uma filosofia de vida, ou ainda uma "contra-cultura", que está penetrando nas mais diferentes áreas da sociedade, instituições, disciplinas do saber, etc. Por isso, confrontar a Nova Era não é uma tarefa fácil, mas é desafiadora e empolgante. Desta forma, nos propomos neste artigo apresentar o pensamento da Nova Era a respeito de Educação e assim os leitores poderão extrair as suas conclusões e formar o seu pensamento crítico.
Para a Nova Era as crises do nosso tempo "são o impulso de que necessita a revolução ora em marcha" (Fergunson, p. 25), assim devemos aderir à nova idéia, ao "novo paradigma", descartando totalmente aquilo que nos foi dado, pois "o novo paradigma é mais produtivo que o antigo (...). O problema é que não se pode aderir à nova idéia sem se descartar da antiga (...) a mudança deve ocorrer dum só vez" (Fergunson, p. 27). Desta forma devemos descobrir as "novas fontes do conhecimento, de eficiência e criatividade" (Fergunson, p. 265). Pois, "todos os fracassos da educação, como uma febre, indicam uma profunda luta pela saúde. O objetivo da Conspiração Aquariana é um diagnóstico tranqüilo dessa doença – tornar claro que uma síntese é necessária – uma mudança de paradigma, e não uma modificação pendular. "(Fergunson, p. 267). Segundo Marilyn Fergunson, esta mudança de paradigma já se encontra em ação em milhares de professores, consultores, psicólogos educacionais, conselheiros, administradores, pesquisadores e membros do corpo docente de faculdades de pedagogia, e assim alcançar a almejada "transformação pessoal".
A características central, ou se podemos chamar de "coluna vertebral" da educação da Nova Era, está ligada a "uma constelação de técnicas e conceitos por vezes designada como educação transpessoal. O nome deriva de um ramo da psicologia que enfoca as capacidades transcendentes dos seres humanos. Na educação transpessoal, o aluno é encorajado a estar atento e autônomo, indagar, explorar todos os cantos e frestas da experiência consciente, procurar significado, testar os limites exteriores verificar as fronteiras e as profundidades do próprio eu... A experiência transpessoal visa a um novo tipo de aluno e um novo tipo de sociedade. Além da autoaceitação, ela promove a autotrancendência... A educação transpessoal é mais humana do que a educação tradicional... ela se propõe a ajudar a transcendência e não a fornecer meras habilidades de ajustamento,... é o processo de expor as pessoas ao mistério que existe nelas" (Fergunson, p. 271-273 grifos da autora)
O uso da psicologia transpessoal para esta educação é aliada a "sabedoria oriental" (entenda-se misticismo-ocultismo), pois para a Nova Era a paz procurada pelo homem moderno, é produto direto e proporcional ao grau de consciência atingido e que pode ser desenvolvido através da experiência da vida, ou por especializados. A educação transpessoal é adquirida através de outros estados de consciência, pois a "realidade vivida, (...) em estado de consciência de vigília é diferente da realidade vivenciada em estado de consciência transpessoal ou em estado de devaneio... A educação do futuro será uma cosmoeducação que levará em conta a possibilidade de ajudar o homem a entrar em estado de "superconsciência" (Weil, p. 143-144, grifos do autor). Posto isso, observando que para a Nova Era é possível "outro" tipo de conhecimento, pois seus expositores declaram que "a mente recebe mensagens de todo o universo e em que há possibilidade de um campo energético de natureza desconhecida se deslocar instantaneamente para qualquer ponto do cosmo" (Weil, p. 143), e este conhecimento é tão verdadeiro quanto é num estado de consciência de vigília. Sabemos que, um dos métodos que é usado para levar alunos a assimilarem as idéias novas sem resistência, é mediante o relaxamento e visualização, levando as crianças a um estado de vigilância chamado Alfa. Num estado de vigilância normal, a atividade elétrica cortiçal se processa num ritmo de 15 a 35 ciclos por segundo, e o indivíduo se encontra em condições de fazer uma análise criteriosa do que vê e ouve, assimilando o que considera certo e rejeitando o que considera errado. Em estado de completa reflexão, a atividade elétrica cortiçal se processa num ritmo de 8 a 12 ciclos por segundo, o que corresponde ao ritmo alfa. Neste estado, o indivíduo retém automaticamente as informações, e sofre uma perda da crítica, que o permitiria rejeitar idéias que considera erradas. Mas, para o "novo paradigma" este estado de "superconsciência" é necessário, pois, "até que os modernos educadores comecem a admitir a possibilidade de que existam unidades centrais no homem que jazem sob o mecanismo tangível, e admitam, também, a possibilidade de uma casa-de-força central de energia por trás da mente, o progresso na educação estará relativamente estacionário; a criança não receberá o treinamento inicial, nem as idéias fundamentais que a capacidade a ser humano inteligente, autodirigido". (Bailey, p. 47)
Para uma nova era precisamos de um novo currículo e assim alcançaremos a educação transpessoal. O que propõe o movimento Nova Era?. Segundo a Nova Era, já está colocado em prática esta sendo colocada em prática esta educação, mas o medo permeia o ambiente onde se intenta aplicar este novo currículo, por isso é recomendado manter aquilo que funciona, e procurar soluções novas enfrentando as necessidade que se encontram na frente, para isso. "Use métodos naturais para abrandar energias superativas: ioga, meditações, massagens, movimentos, nutrição (...) aprenda como conduzir atividades de concentração, meditação em grupo e técnicas de relaxamento", mesmo levando em considerações alguns componentes do currículo determinado por lei, o educador da Nova era deve integrar "muitos assuntos acadêmicos com atividades do ‘cérebro direito’ (música, ginástica, artes, estímulo sensorial) ou os apresentam dramaticamente, como na encenação de julgamentos históricos de modo a fazer os estudantes pensarem sobre o assunto com interesse e vigor renovado. O estudante vivenciam outros períodos históricos e outras culturas, organizando feiras e festivais, aprendendo a música e as artes de outras épocas e lugares". Neste processo "os estados alterados da consciência são levados a sério: exercícios de ‘centralização’, meditação relaxamento e fantasia são utilizados para que se mantenham abertos os caminhos intuitivos e o aprendizados com todo o cérebro. Os estudantes são estimulados a ‘entrar em sintonia’, imaginar, identificar a sensação especial de experiências excepcionais. Há técnicas para encorajar a percepção do corpo: respiração, relaxamento, ioga, movimento, biofeedback. "Para o movimento Nova Era a ambição do novo currículo é a autonomia, baseada na convicção de que, "para que nossos filhos sejam livres, eles devem libertar-se até de nós mesmo – de nossas crenças limitadoras e gastos e hábitos adquiridos. Por vezes, isso significa ensinar com vistas a uma rebelião saudável e apropriada, e não ao conformismo. A maturidade traz consigo uma moralidade que se deriva do interior do indivíduo e não da mera obediência aos padrões culturais". (cf. Fergunson, p. 297-300).
Outros exponentes deste movimento têm elaborado e criado um estilo pedagógico nesta nova perspectiva da educação, tais como: Alice Bailey e Rudolf Steiner (Pedagogia Waldorf). Em ambos a ênfase é orientação mística, exercícios de meditação, esoterismo-ocultismo, astrologia, etc.
Concluindo, torna-se preocupante o avanço do movimento da Nova Era, especialmente ao observar que a educação não podia escapar dos seus objetivos. Aqui as nossas crianças poderão ser ensinadas e preparadas para o amanhã. E este amanha poderá ser no estilo da Nova Era ou no estilo cristão. Cabe as nossas Igrejas reagirem com maior ênfase a este "furacão de doutrinas", senão amanhã teremos que lamentar. Sem dúvidas que muitos recursos nós temos: espaço, tempo financeiro, profissionais especializados, etc. Talvez o que falte é disposição, sacrifício para instaurarmos uma NOVA ERA COM CRISTO e não permitirmos o avanço deste movimento que cada dia se enraíza mais e mais no meio da sociedade brasileira.
Bibliografia
BRANDÃO, Denis M. S. O Novo Paradigma Holístico. Ciência, Filosofia, Arte e Mística. São Paulo, Sammus, 1991, 160 p
FERGUNSON, Marilyn. A Conspiração Aquariana. Transformações Pessoais e Sociais nos anos 80. 5ª ed. Rio de Janeiro. Ed. Record. C1980.411 p.
WEIL, Pierre. Semente Para Uma Nova Era. Um Livro de Emergência Para Uma Situação de Emergência. 2a ed. Petrópolis, Ed. Vozes, 1986. 192 p.
UNRUH, Peter. Nova Era. Curitiba. Apostila não publicada
New Age. São Paulo. Revista nº 1 Agosto/91
A Literatura da nova era prevê um mundo de paz e harmonia. As crises mundiais e degradação da sociedade é o ponto de apoio para a Nova insurgir com uma mensagem de esperança, de paz, de transformação que parte do indivíduo. Incentiva-se uma união em trono de projetos que viabilizem esta "unidade mundial" e a concretizem. Nesta "idade de ouro" que surgirá "ELE", mas para isto "terá que desaparecer nossa atual civilização". (...) O primeiro passo será a emergência, da humanidade, da morte de sua civilização, de suas antigas idéias e modos de viver, do abandono de suas metas materialista e de seu detestável egoísmo, do seu progresso em direção à clara luz da ressurreição". (Bailey A O Reaparecimento do Cristo, p. 21). A Nova Era exige:" (...) abertura de todas as fronteiras e criação de um sistema monetário único" (Weil, P. 78)
O 1º Congresso Holístico Internacional e Iº Congresso Holístico Brasileiro, ocorridos em Brasília de 26 a 29 de Março de 1987, promulgou um manifesto conhecido como a "Carta de Brasileira", onde é apresentada uma síntese do encontro. Num dos seu pontos o documento indica que:
Um dos palestrantes deste congresso falando à respeito: "Em Direção A Uma Nova Ordem Mundial" afirma que:
Somente uma ordem mundial que seja construída sobre essa compreensão, da profunda natureza humana, pode trazer um estado permanente de paz. (...) Aquilo de que mais necessitamos é desenvolver essa capacidade de autoconsciência e, compreendendo e analisando nossa própria natureza, criar uma ordem e um relacionamento baseado nesse sentido de unidade, e não na ilusão das diferenças. (Brandão, D, p.145)
Neste mesmo Congresso o arquiteto Maurício André, brasileiro, apresentou a palestra: "Constituição Planetária" que visa esta Nova Ordem Mundial. A seguir alguns pontos-chaves da palestra e que serve ao objetivo deste trabalho.
"A Constituição para a Federação da Terra foi formulada por uma Assembléia Constituinte Mundial reunida na Áustria e composta de 135 participantes de 25 países".
O anteprojeto de Constituição para a Federação do Planeta Terra "apresenta a visão de que nos encontramos no limiar de uma era de paz, prosperidade, justiça e harmonia (...). (...) Alinham-se argumentos que ambas esta iniciativa tomada por cidadão do mundo, decididos a dar os primeiros passos para o estabelecimento de uma federação planetária. (...)
- A consciência" da interdependência dos povos e das nações..!!
- A consciência de que "o abuso da ciência e da tecnologia vem
- colocando a humanidade à beira da catástrofe ecológico e social e do desastre através de armamentismo" (...)
- 3."A humanidade é Una, apesar da existência de diversas nações, credos, ideologias e culturas" (...)
- 4."Que o princípio da unidade na diversidade é a base para uma nova era na qual a guerra será banida e a paz prevalecerá".
- Esta constituição é um exercício que "propõe formas concretas para o funcionamento de um governo mundial" e no geral apresenta: "as funções, a estrutura básica, os poderes, os órgãos e princípios diretivos do governo mundial. Prevê a estrutura do Parlamento, do Executivo, da administração e do Judiciário, o "ombudsman" mundial, além do sistema de vigilância e do complexo integrativo".
- Finalmente, "os grupos ou países que não desejassem enquadrar-se nas diretrizes do governo mundial continuariam vivendo em reservas ou territórios fora do domínio deste governo, desde que era sua extensão não fosse significativa na superfície total do planeta".
A Mensagem Central Da Nova Era
Uma das ênfases do movimento Nova Era que cativa a um grande número de adeptos é a pregação do potencial humano. Anuncia-se que o homem está em condições de sair do estado de coisas em que se encontra e que isto não está acontecendo por mera ignorância. O homem precisa descobrir-se, iniciar um autoconhecimento para transformar a situação caótica em que vive a humanidade. O indivíduo que inicia este processo de autoconhecimento é incentivado a unir-se aos grupos já existentes para levar a humanidade a um estado de fraternidade universal, de paz e harmonia. Numa sociedade envolvida no desespero esta é uma mensagem que desperta a esperança e motiva e envolvimento com movimento newageriano.
É este despertar do "potencial humano que tem provocado uma avalanche de instituições e cursos que ensinam a despertar e usar as capacidades do ser humano em benefício da sua paz, prosperidade. Esta instituições declaram os seus objetivos indicando que desejam:
O Centro de Esalen é uma das instituições que tem exercido grande influência no mundo todo. É um centro propagador do "desenvolvimento do potencial humano". Foi dali que saiu Carlos Castañeda, conhecido nos anos 70 por seus livros de natureza eminentemente oculistas, como a "Erva do Diabo" por exemplo, no qual narrava suas experiências com bruxos mexicanos e drogas alucinógenas. (Cf. Revista Kerigma, Jan/Fev 1992, p. 16-17).
Outro nome ligado ao Centro de Esalen é Timothy Leary, ex-guru dos hippies e militantes em favor do uso do LSD (ácido lisérgico) e considerando pelo FBI como "o homem mais perigoso do mundo". Leary esteve no Brasil no encontro promovido nos dias 10 a 14 de março de 1992, em São Paulo, no Hotel Maksoud Plaza, pela ordem hermética "Aurora Dourada", criada há cem anos na Inglaterra e instalada só há dois anos no Brasil. A tentativa deste encontro era "fazer discípulos" visto que Brasil carece de "magos". Segundo a organizadora do evento, "cada um é responsável por melhorar sua vida. Se eu melhoro minha vida, minha espiritualidade, automaticamente contribuo para um mundo melhor". (Cf. folha de São Paulo, "Magos da Nova era Tentam fazer discípulos no Brasil, 10/03/1992.
Esta pregação tem cruzado as fronteiras sócias, religiosas e filosóficas, a Nova Era é suficientemente ampla e feral para caberem dentro de si todo tipo de pessoas sem importunar-se com idade, religiões e níveis sócio-econômico-culturais. O comportamento humano, com esta mensagem do "potencial humano" se tem modificado radicalmente, é um surgir de palestras, cursos, atividades esotéricas, ciências ocultas, bruxarias, etc., isto uma nova "religião", a "religião do deus interior". "O Psicossociólogo Daniel Yankelovich..faz uma análise acurada da mudança que se caracteriza essencialmente por um fato novo: a procura da autorealização. Oitenta por cento da população (EUA) estão empenhados de uma maneira ou outra neste trabalho. Acham uma evolução pessoal é importante na sua vida e dizem trabalhar arduamente nisto. Procuram Ter novas experiências, participar de grupos de "autodescoberta". (Weil, Pierre. P. 110)
Em 1976, uma coalizão de deputados estaduais, congressistas e cidadãos formam nos EUA uma organização de âmbito estadual chamada de "A autodeterminação,
Para a Nova Era o homem precisa descobrir as forças interiores dormentes, que segundo o movimento, negadas ao longo da vida. A idéia é despertar e descobrir que o ser humano carrega consigo mesmo a saúde e doença, prosperidade e insucesso, crescimento e estagnação, etc. Desta forma como ensina Louise L. Hay, "os padrões de nossos pensamento são responsáveis por doenças, saúde, sucesso e insucesso", assim que o homem é vítima de si mesmo, pelo uso inadequado de seus pensamentos e energia, como observa Perl, F. ‘estamos usando a maior parte de nossa e energia para jogos autodestrutivos, para jogos auto-impedidores!...e nos impedimos de crescer...Transcendência o caminho do autoconhecimento". (Cf. New Age Informativo, p. 11).
O Movimento Nova Era redescobre o mundo espiritual–místico e o seu ensino e prático é procurar descobrir Deus no ser humano. O padre Trevisan escreve que "na Era de Aquarius entramos na culminância mais elevada em termos de relacionamento entre Deus e o homem, porque se trata da descoberta de que Deus é no ser humano", isto significa segundo Trevisan,
Para a Nova Era, "o eu-humano será uma unidade com eu-divino, daí resultando o conhecimento e o controle do Poder e da Sabedoria Infinitos". Assim que,
O ensino newageriano relacionado ao assunto criador - criatura não somente está relacionado ao ser humano, mas também o está com relação à natureza, assim "a comunhão universal determina que o indivíduo é o universo e o universo é o indivíduo. Esta interação funde o ser humano com universo físico, numa íntima relação de amor essencial". (Trevisan. L. p. 123)
O termo técnico usado pela Nova Era para esta relação criador – criatura é "visão holística" que se refere "ao todo" "ao conjunto", em suas relações com suas "partes", à inteireza do mundo e dos seres. (Cf. Weil, Pierre, Holística Uma Nova Visão e Abordagem do Real, 122 p.)
Ainda,
Darei a essa parte superior do universo o nome de Deus.
Deus é percebido como fluxo, integridade, o infinito caleidoscópio da vida e da morte, a Causa Suprema, a base do Ser, o que Alan Watts chamou de ‘o silêncio do qual emanam todos os sons’.
Deus é a consciência que se manifesta como lila, a ação do universo. Deus é a matriz organizadora que podemos experimentar mas não descrever, a que dá vida à matéria.
O exponentes dos ensinos newagerianos incentivam a descobrirem Deus em todas as circunstâncias da sua vida. Fergunson citando o conto de J. D. Salinger, "Teddy" apresenta uma experiência mística do reconhecimento de Deus como válida, hei-la:
Finalmente,
Resumidamente, podemos indicar que o ensino newageriano tem enfatizado três premissas; a saber:
- Tudo é um (Monismo)
- Tudo é Deus (Panteísmo)
- A humanidade é Deus
Sem dúvidas que o pensamento monista é contrário ao ensino bíblico. O texto da Palavra de Deus afirma que Deus criou a diversidade de objetos, eventos e pessoas. O livro de Gênesis nos lembra que Deus cria as coisas em particular. Há uma diversidade de coisas criadas não redutíveis a uma unidade mononística. Deus separou a luz das trevas, o dia da noite, a terra do céu, a terra dos mares. Todas as coisas tem um criador comum e são por Ele sustentados (Hb: 1:3). Finalmente, Deus criou o homem e a mulher à sua imagem (Gn: 1:26-27). Isto não significa uma pretensa homogeneidade ou uma unidade indiferenciada o que nos temos é uma pluralidade, uma "incorrigível pluralidade" (C.C. Lewis).
A Segunda afirmação é indicada como "panteísmo". Todas as coisas participam da essência divina. Aqui a idéia do Deus pessoal é abandonada em favor de uma energia impessoal, força ou consciência. Esta realidade se manifesta na criação como uma interação dinâmica dos opostos, mas de opostos aparentes: luz/trevas; macho/fêmea; agressividade/ passividade; bem / mal; e assim por diante. Essas polaridades não são absolutas. São facetas diferentes daquela realidade única de onde flui tudo e para onde tudo volta. Mesmo sendo diferentes, tudo é Um. A realidade se dissolve numa unidade cósmica.
O ensino bíblico afirma que não tudo é Deus. Ele é o criador e está numa posição transcendente da sua criação. Ele está presente na sua criação mas não pode ser confundido com ela. "...porque Deus está no céu, e tu estas sobre a terra..." (Ec: 5:2). O criador não é uma energia, força impessoal, ou uma percepção interna (Consciência). Ele é o Ser pessoal de infinita inteligência, poder e pureza. Deus não é uma entidade amoral, porem um agente moral que chama ao arrependimento e à fé.
A última afirmação é que a humanidade é uma extensão de Deus (ou realidade última – da mesma que tudo o que mais existe – com quem compartilha sua natureza e ser essencial. Esta essência divina é o verdadeiro Eu da humanidade. Um dos autores e ativistas do movimento Nova Era George Leonard afirma que cada um de nós" é o universo completo" e "nós somos como um Deus, onipotente e onisciente. "(Groothuis, Douglas R. Unmas-King the New Age p. 22). Esta idéia é confirmada pelo P. Lauro Trevisan quando escreve: "O Sol, a sua luz e a sua Energia, são a trindade humana da Era de Aquarius, que assinala o nascer de um novo Homem, o Homem-racional-divino e, portanto, Todo-Poderoso" e o exercício deste poder, segundo Trevisan, é efetivado através da confiança nesta afirmação, pois, "a Fé é palavra na sua dimensão infinita. Esta contém em si mesma a manifestação divina, por isso é infalível e milagrosa." (Trevisan, Lauro. p. 121 e 91).
Finalizando este ponto queremos apontar a base teosógrafica ou a fonte de onde o movimento Nova Era tem bebido o seu arcabouço doutrinário.
Sem dúvidas que a pergunta natural que se levanta é: Se temos todas estas capacidades, se possuímos todos estes atributos da divindade, então, por quê nós não nos reconhecemos como deuses? A resposta é simples: IGNORÂNCIA. Para o movimento Nova Era a cultura ocidental tem dado forma a nossa consciência, ajustado experiência e domesticado nossa meta – física. Ficamos contente com o dia a dia, com as ilusões humanas e com a nossa finatude. "Precisamos ser iluminados", "termos que descobrir nossa verdadeira identidade", são os anúncios da Nova Era. Mas como conseguir? Temos que alterar nossa consciência através de técnicas que
Abrem as portas da percepção, pois é assim que descobriremos e veremos a verdadeira realidade. É esta a função da "invasão" de cursos, técnicas, instituições, livros, que vemos na atualidade.
A Nova Religião Mundial Segundo A Nova Era
O movimento Nova Era aponta para o futuro a necessidade de uma religião exclusiva com determinadas características. No aspectos religioso o movimento acusa todas as religiões de terem falhado, mas ao mesmo tempo indica que nestas religiões sempre houve "alguns iluminados" que compreendera, a real mensagem de Deus. São estes iluminados que matizarem e mantêm "as verdade essenciais" que poderiam por meio destas, formar uma nova religião para Nova Era.
Sendo o movimento newageriano uma "cultura" são os espiritual os esotérico, iluminados, etc., que se encarregam de difundir esta nova religião. Embora poliformes as apresentações, o movimento consegue atrair diferentes escolas, ciências, grupos, etc., de índole religiosa, pois todos eles propugnam um alvo: NOVA ERA, além dalguns pontos doutrinários comuns. Se há um aspecto psicológico que une os indivíduos – religiosos neste movimento, como também poderia ser indicado como uma das razões para esta nova religião é, DECEPÇÃO, FRUSTAÇÃO, FOSSILIZAÇÃO. È isto que é apontado por aquela conhecida como o "novo João Batista,"
O movimento em estudo tece severas críticas as igrejas estabelecidas, seja a igreja Católica Romana, a Igreja Grega Ortodoxa, as Igrejas Protestantes, etc. Esta crítica é direcionada a um "status – eclesiástico" e ineficiente das igrejas institucionalizadas. As necessidade espirituais da humanidade, segundo o movimento, não foram satisfeitas pelas igrejas institucionalizadas. Estas pelo contrário impediram o crescimento do espírito religioso, por isto,
Desaparecerá o não essencial; permanecerão os fundamentos da fé, sobre os quais Ele poderá erigir a nova religião mundial, a que todos os homens esperam. Esta nova religião deve estar baseada sobre as verdades que suportaram a prova do tempo e trouxeram bem – estar e segurança aos homens,.."
Cabe agora indicar estas verdades que caracterizarão esta nova religião mundial. Para esta apresentação lançamos mãos do livro de Alice A. Bailey, O Reaparecimento do Cristo, p. 115 – 126. Dito livro é apontado como "mola propulsora" do movimento Nova Era logo após a sua publicação. (Cf. Jornal do Brasil, 12/06/1991, 1º Caderno, p. 11)
Primeira verdade: A realidade de Deus. Não há uma definição clara a que "deus" se refere visto que, "essa realidade capital pode ser denominada como o homem quiser, de acordo com sua inclinação mental ou emocional e sua tradição racial e hereditária, pois não há nome que possa defini–lá nem condiciona–lá". O que é dito aqui é uma sistematização esotérica do provérbio popular " todos os caminhos levam a Deus".
A idéia central para a Nova Era é que deveria haver uma síntese das verdades apresentadas pelos credos orientais e ocidentais. O primeiro, se fundo a New Age, apresenta o Deus Imanente, enquanto que o segundo apresenta o Deus Transcendente, assim segundo Alice Bailey, A igreja teria que expor uma síntese destas duas idéias, que resumidas por Shri Krishna, no Bhagavad Gita: '‘havendo interpenetrado todo o Universo com um fragmento de Mim mesmo, Eu permaneço. ‘Deus mais grandioso que todo o criado e, não obstante, Deus presente na parte; Deus Transcendente resguarda o plano de nosso mundo e constitui o Propósito que condiciona todas as vidas, desde o minúsculo átomo, passando por todos os reinos da natureza, até chegar ao homem".
Como conseqüência desta síntese defendida pelo movimento Nova Era, temos a Segunda verdade da nova religião mundial que é a relação do homem com Deus. Segundo os newagerianos, é inerente à consciência humana duma maneira indefinida e incipiente, um sentido de divindade. Este ponto de vista já foi discutido anteriormente neste trabalho.
A terceira verdade é a realidade da imortalidade e da Persistência Eterna. Segundo a Nova Era a esperança e convicção de encarar a morte está em sabermos que "devemos voltar à vida, novamente, que viemos e vamos, e perduramos, porque somos divinos e os regentes de nosso próprio destino". Desta maneira precisamos compreender e reconhecer duas "grandes leis da natureza: a Lei do Renascimento e a Lei de Causa e Efeito chamada no Oriente a Lei do Carma". Para esta nova religião com característica mundial, "o espírito do homem é imortal; perdura eternamente e progride paulatinamente, no caminho da Evolução, desenvolvendo, enforma constante, os atributos e aspectos divinos". É este o reconhecimento e apresentação que indicam as duas leis já assinaladas.
A Quarta verdade que servirá como base para a nova religião mundial, segundo a Nova Era é a Continuidade da Revelação e asAproximações Divinas. Para o movimento em estudo sempre houve um contato com a divindade, sempre existiu uma necessidade mutua para este relacionamento, desta forma, a "história da humanidade é, em realidade, a história da súplica do homem por maior luz e de contato com Deus, assim também a chagada da luz e a aproximação de Deus ao homem. Sempre o Salvador, Avatar ou Instrutor do Mundo, surgiu do lugar secreto do Altíssimo, trazendo ao homem uma nova revelação, uma nova esperança e um novo incentivo para uma vida espiritual mais plena".
As aproximações, segundo a Nova Era, afetam toda a humanidade em sua totalidade ou uma pequena parte, e são efetivadas pelos reveladores de Deus. Estes procedem do centro espiritual (Reino de Deus), onde habita a "Hierarquia Espiritual", a qual "constantemente se tem aproximado da humanidade, na medida em que o homem vai– se tornando mais consciente da divindade e mais apto para entrar em contato com o divino. "Por isto no pensamento da Nova Era estamos na expectativa de "uma outra grande Aproximação da divindade e uma nova revelação espiritual são, hoje, possíveis. A nova revelação é iminente e Quem a trará e completará está se aproximando firmemente de nós".
Para o movimento New Age esta nova religião mundial dará ênfase na "união fraternal" do espírito e o seu programa será estruturado " por inumeráveis grupos que trabalham inspirados por Cristo. Desta forma segundo o movimento Nova Era "as igrejas ocidentais necessitam compreender, também que, em essência, há uma só Igreja, que não é necessariamente a instituição cristã ortodoxa". Isto está em razão de que "Deus trabalha de muitas maneira e através de muitos credos e agentes religiosos. Sua união dará como resultado a revelação da verdade em toda sua plenitude". Por isto deverão ser eliminadas as "doutrinas não essenciais" mostrando e ressaltando as "doutrinas essenciais, e assim a unidade revelará "plenitude a verdade. Isto será realizado pela nova religião mundial, cuja instalação dar – se – á passo acelerado depois do reaparecimento do Cristo".